Amanhã, dia 16 de junho, comemora-se o Bloomsday!
O Bloomsday (Bloom’s Day, Dia de Bloom) é celebrado em muitas partes do mundo nesta data (embora os eventos a ele relacionados sempre se estendam por toda a semana) porque o romance Ulysses (1922), de Joyce, começa às oito horas da manhã do dia 16 de junho de 1904 e termina às duas horas e vinte minutos da madrugada do dia 17.
O Bloomsday é, portanto, a data em que se comemora a personagem Leopold Bloom; principal entre as principais, já que Stephen Dedalus e Molly Bloom também roubam a cena. Até onde sei, nenhuma outra personagem da literatura tem um dia só para ela. Santo Bloom (que nada tem de santo).
Pois bem, em 16 de junho de 1924, pouco mais de dois anos depois da publicação de Ulysses (Ulysses e seu autor nasceram ambos em um 2 de fevereiro), um grupo de amigos presenteia Joyce com flores brancas e azuis, cores das letras e capa do livro em sua primeira edição. Eles dizem que é o Dia de Bloom. Joyce acha graça e se pergunta se essa data será lembrada.
Em 27 de junho de 1929, dias depois de Bloom completar 25 anos de existência, Adrienne Monnier organiza um almoço para comemorar a publicação da tradução francesa de Ulysses. O Déjeuner Ulysse, como ficou conhecido, ocorreu no Hotel Leopold (que belo nome!), com a presença de Paul Valéry, entre outros.
Mas apenas em 16 de junho de 1954 o primeiro Bloomsday dublinense deu o ar da graça. Vejam neste filme histórico em que o quinteto formado por John Ryan, Anthony Cronin, Brian O'Nolan, Patrick Kavanagh e Tom Joyce (primo de Joyce) encena a subida em um carro puxado a cavalo, como lemos no capítulo 6 (Hades) de Ulysses. Vencida a pandemia, quem quiser pode tomar uma bela Guinness no pub The Little Cronin, em São Paulo. Qualquer semelhança com o sobrenome acima não é mera coincidência.
Eu comemoro o Bloomsday com leituras de Joyce, bate-papos e whiskey (com -ey) irlandês.
E vocês?
Happy Bloomsday!
Vitor
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